quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pequenos estranhos prazeres

Outro dos bons momentos da vida é quando chego a casa depois de um dia particularmente difícil. O corpo pesa, a cabeça alheada, o coração dói, a vida parece estupidez. Quanto mais na lama estiver, melhor sabe o momento que se segue.
Abro uma garrafa de vinho tinto (dá-me mais gozo se for eu a abri-la), pego num copo grande, quanto maior, melhor e sirvo-me. O som do vácuo a desfazer-se na garrafa e do néctar divino a cair no copo activa as papilas gustativas. O aroma inunda-me e depois o instante esperado: o primeiro gole. O líquido chega àquele ponto mágico na parte de trás da língua e faz ligação directa com os sacos lacrimais. Os olhos ficam inadvertidamente húmidos.

Se acreditasse em deus, juro que agradecia. Não acreditando, agradeço na mesma... Nunca se sabe.

3 comentários:

Ju disse...

Bela e fidedigna descrição...eu compreendo. Há pequenos momentos que valem por muitos e grandes prazeres que não são substituíveis a nada. Ah vinho tinto, vinho tinto...tem poderes mágicos...

Fi disse...

Temos que investir no nosso cursinho de enologia Juju

Ju disse...

Mesmo!